Você já ouviu a expressão “o hábito faz o monge”? Esse ditado é, na realidade, contrário ao original “o hábito não faz o monge” que passa a mensagem de que não podemos nos deixar levar apenas pelas aparências. Em compensação, nos dias de hoje, sua imagem pessoal (e profissional) pode te proporcionar muitas oportunidades. Pensando nisso, será que as roupas podem afetar tanto assim a aparência e comportamento das pessoas?  

Muitos estudos em universidades já foram realizados para entender como as roupas e adornos afetam a percepção que se tem de alguém, além de contribuirem para a autopercepção. É incrível pensar como simples elementos têm tanto poder.

Mesmo que muitos estudos tenham sido realizados em uma amostra reduzida e em um ambiente controlado, não dá para negar que o vestuário afeta a impressão que as pessoas causam e como pode, inclusive, mudar a forma como se sentem e se comportam, afetando até mesmo a autoestima. Não acredita?

Alguns estudos

Em 2012, foi publicada uma pesquisa muito curiosa no Journal of Experimental Psychology sobre como uma peça carregada de simbolismos alterou o desempenho de atividades cognitivas executadas pelos participantes.

Num primeiro momento, os voluntários que usaram um jaleco branco tiveram os erros reduzidos pela metade nas atividades às quais foram solicitados a desempenhar. Em outra tarefa, aqueles que vestiram um jaleco que seria de um profissional da saúde com doutorado, tiveram melhores resultados em testes de atenção e percepção visual que aqueles que vestiam o que seria um avental de pintor.


O estudo, liderado pelo psicólogo Adam Galinsky demonstrou que as pessoas atribuem um comportamento mais cuidadoso e atento aos profissionais da saúde, que usam costumeiramente o jaleco. Outra curiosidade foi que alguns voluntários apenas olharam a peça, mas aqueles que a vestiram se saíram melhor nas tarefas. O vídeo abaixo fala sobre a “cognição da indumentária” explicando o estudo.

Ative a legenda! Cognição da Indumentária 😉

Em outra pesquisa muito interessante, publicada em 2014 na mesma revista, voluntários do sexo masculino foram divididos em três grupos vestidos de formas distintas: com terno; com roupas comuns, sem grandes atrativos; e com moletons esportivos. Depois, tiveram que negociar com membros das outras equipes.

Os participantes do grupo vestidos com terno obtiveram negócios mais lucrativos que os demais. Os que se vestiram “pior” apresentaram níveis mais baixos de testosterona. Essa é uma conclusão que mostra como as roupas têm capacidade de afetar a autoestima de uma pessoa.


Em 2015 , um artigo foi publicado na revista Social Psychological and Personality Science mostrando como participantes se saíram em testes cognitivos. Similar à pesquisa de 2014, os voluntários foram divididos em dois grupos, um com roupas formais e outro com roupas mais casuais. Aqueles com um visual com maior rigor pareceram incrementar a capacidade de pensamento abstrato e foi percebido um maior sentimento de poder nos participantes.

O que é possível concluir

O estudo de 2012 contribuiu para a área de estudos em crescimento chamada de cognição incorporada. Os pesquisadores concluíram que quando vestimos roupas que atribuímos determinados valores e significados, costumamos incorporá-los ao nosso comportamento. Isso tudo está associado ao significado simbólico das roupas e também à própria experiência física de usá-las.

“Vestir-se é um ritual que garante certa performance frente à sociedade”

– Galinsky, psicólogo responsável pelo estudo de 2012

Os resultados das pesquisas de 2014 e 2015 mostram como o uso de roupas mais formais traz uma sensação de poder, de potência, de maior responsabilidade e que altera a forma de enxergar o mundo. Esses não são os únicos estudos que mostram como as pessoas passam uma impressão mais positiva quando usam roupas mais alinhadas, o que pode contribuir, por exemplo, para uma aprovação numa entrevista de emprego.

Afinal, só quem se veste com roupa formal, tem sucesso?

Apesar dos estudos mostrarem como as roupas afetam a imagem pessoal e a autoimagem de um indivíduo, contribuindo com sua autoestima, não quer dizer que só quem usa roupas formais tem um melhor desempenho pessoal e/ou profissional.

A roupa (e seus complementos) não é o único elemento que interfere na imagem pessoal, pois a aparência, a comunicação, o comportamento e até mesmo a presença digital são responsáveis por alterar a percepção que se tem de alguém. De nada adianta adotar um visual impecável e não saber se comunicar ou se comportar nos diferentes ambientes.

Além disso, a adequação é um ponto muito importante. Em um determinado contexto, um vestuário mais rigoroso trará a sensação de competência e credibilidade que o estudo demonstrou. Em compensação, num contexto distinto, poderá se mostrar completamente inadequado e incoerente.

Imagine uma pessoa de uma área criativa necessitando mostrar suas habilidades por meio das roupas. Evidentemente, não conseguirá utilizando uma roupa social. O ambiente, o público, o objetivo e a própria pessoa, entre outras tantas questões, vão orientar o que é mais indicado. Ainda, assim, a roupa é fator essencial de comunicação para quem a vê e, claro, quem a veste.


Se você tem alguma dúvida ou insegurança sobre a sua imagem e a forma como se veste, terei o prazer em te ajudar. É só entrar em contato! 😉