Outro dia conversando com uma amiga levantei um ponto que é muito recorrente nos meus atendimentos com mulheres. Parece que a palavra romântica é um termo tão apavorante que se a gente demonstra qualquer ameaça de pronunciá-la a cliente nega gostar do estilo até a morte. Você também é assim? Por que será que isso é uma grande questão?

Para quem já fez alguma sessão ou aula comigo, provavelmente já ouviu meu discurso de que não trabalho com caixinhas de estilos, não rotulo ninguém e procuro trabalhar com os objetivos pessoais (ou profissionais) e desejos de imagem. São várias ferramentas para levantarmos o que é, de fato, importante naquele momento da vida e vamos identificando pontos que são comuns e essenciais para cada pessoa.

Mesmo assim, muitas clientes já vêm para meu escritório com algumas pesquisas prévias, falando de nomes de estilos pessoais, os famosos estilos universais, que “é esse ou aquele” e não quer ter “de jeito nenhum o estilo tal”. E adivinha qual é um dos que mais aparecem como “não sou de jeito nenhum”?

“Não sou romântica”

Acho importante frisar que quando falamos de estilos, nos referimos aos estilos das roupas e não que somos esse estilo. Ninguém é romântica ou dramática (ou até é, vai! Haha), mas gostamos de roupas que comunicam mensagens de feminilidade ou impacto, entende? Os estilos pessoais foram pensados como referências dos elementos visuais que vão ajudar a comunicar mensagens. E essa deveria ser nossa preocupação: o que eu quero comunicar com minhas roupas?

Mesmo quando a negação do “estilo romântico” não aparece logo de cara, o preconceito que existe com a palavra romântica, gera reluta quase que unânime entre as mulheres. Também não posso generalizar, porque o contrário também acontece. Muitas mulheres têm claro que referências românticas no seu visual fazem brilhar os olhos e têm tudo a ver com seus objetivos de imagem. Mas, afinal, qual a grande questão de “ser ou não” romântica?

Pela minha experiência, quando o termo aparece durante as conversas, percebo que a maioria das minhas clientes têm um desejo de mostrar sua feminilidade sem ser associada a uma pessoa frágil, ingênua e boba, de quem podem tirar proveito. Também costumam lembrar muito de frufrus e coisas mimosinhas demais, e não curtem a estética estereotipada do estilo.

Pensando na história, tivemos um longo período em que a mulher era cobrada para adotar determinados comportamentos. Deveria usar peças que exaltassem sua feminilidade (viva as tantas silhuetas apertadas em espartilhos), sem se expor demais, ser submissa e por aí vai. Foi, por muito tempo, natural associá-la à fragilidade, dependência, infantilidade, delicadeza, entre tantos outros adjetivos hoje considerados negativos – pelo menos em algumas situações.

O interessante do trabalho de construção de identidade visual é que conseguimos utilizar tantos elementos juntos, que podemos pegar o melhor de vários mundos e comunicar aquilo que as pessoas buscam. Outro ponto que destaco é que desempenhamos tantos papéis no nosso dia-a-dia, que está tudo bem ter momentos em que adotamos um visual mais romântico, mas em outros um visual de credibilidade e força, e ainda num terceiro momento mais sensualidade e provocação.

E, podemos ir além, considerando inclusive estratégias de imagem: posso incorporar alguns desses elementos para me proporcionarem determinadas oportunidades. Isso serve para qualquer desejo de imagem. Às vezes a mulher já tem tantos elementos no seu corpo e rosto que trazem delicadeza e feminilidade, que não precisa reforçar ainda mais com peças de roupas e acessórios, e, dentro de seu objetivo de imagem, pode optar por elementos que amenizem essas características, para atingir uma imagem mais criativa, mais divertida, ou mais séria, por exemplo.

Tem situações em que um visual mais delicado pode ser interessante. O estilo romântico nas roupas ajuda a trazer mais feminilidade, acessibilidade, jovialidade e leveza. E adivinhem agora que palavras aparecem muito, pelo menos comigo, como desejos de imagem? Um beijo para quem falou jovialidade hahaha!

Acho importante lembrar que a mulher já conquistou tanto espaço e quebrou tantas barreiras, que é muito lindo mostrar que tudo bem ser mulher, que tudo bem ser vaidosa, usar rosa e tantos outros estereótipos e preconceitos que muitas ainda têm, se é algo que você gosta. E se esse visual não tem nada a ver com você, tranquilo! Tudo tem que fazer sentido para quem usa.

O que enfatizo muito nos meus atendimentos é exatamente isso. Está tudo bem ser você! Se você gosta, use, sempre considerando se aquilo está dentro dos seus objetivos e desejos de imagem! E se não estiver? Aí é muito pessoal.

Eu particularmente acredito que ninguém precisa ser rígido consigo e viver se podando o tempo inteiro. Deu vontade de usar, experimente! Mas se for algo que possa te prejudicar de alguma maneira, pense com mais carinho e veja se não existe outra oportunidade mais interessante para adotar a proposta.

Se você precisar de uma ajudinha para refletir sobre tantos pontos sobre sua essência, sobre suas preferências, seus objetivos e desejos de imagem, para poder unir quem você é internamente com a sua aparência, terei o prazer de te ajudar. Vamos conversar?