Depois de um tempão sem atualizar o blog, retorno com um tema que foi muito recorrente nesse ano que passou. Conversando com colegas, clientes e curiosos, homens e mulheres, jovens e maduros, percebi que existem momentos da vida em que nos deparamos com algumas inquietações sobre nossa aparência e a imagem que queremos transmitir.

Hoje, cada vez mais se fala em imagem pessoal, gestão da imagem profissional, assessoria de estilo, entre tantos outros nomes. A imagem representa papel fundamental no convívio interpessoal e é, principalmente, através dela que são formadas opiniões sobre os outros, sem nem mesmo conhecê-los.

Apesar disso, percebo duas visões distintas entre os clientes e interessados no assunto. Enquanto uns percebem que não estão totalmente satisfeitos com a imagem que estão transmitindo e buscam adequações, outros defendem veemente que não importa o que os outros pensem, cada um usa o que quiser.

Certo? Errado? Depende muito do objetivo de cada um.


Imagem pessoal


Vamos, então, alinhar o que quero dizer com imagem pessoal. Ela está baseada em três pilares, e já podemos falar em um quarto pilar muito importante. São eles a aparência, a comunicação, o comportamento e, mais atual impossível, a presença digital.

Sempre falo durante minhas aulas e palestras, que de nada adianta investirmos na nossa aparência, usarmos elementos super interessantes, adequados e até mesmo elegantes, se somos desrespeitosos com os outros, burlamos regras, não cumprimos compromissos, entre tantas outras atitudes. Ou mesmo se escolhemos peças incríveis e temos uma postura corporal que acaba com o caimento delas.

Quando falamos de aparência, estamos nos referindo aos elementos visuais das roupas, dos acessórios, e até mesmo do corte de cabelo, da barba, da maquiagem. Muitas vezes, é a partir dela que formamos a primeira impressão sobre uma pessoa. Mas, não exclusivamente.

Você já percebeu como se comunica com outras pessoas? Seu tom de voz, gestos, expressões faciais também dizem muito sobre quem é. Ser expressivo, contido, falar alto ou baixo, rápido ou devagar, com emoção ou sem emoção são fatores que contribuem para a imagem que os outros têm de você.

Além disso, podemos observar de que forma nosso comportamento afeta nossa imagem pessoal. Educação, noções de etiqueta (esse é um bom tema para um próximo texto, hein?), respeito, atitudes, postura, gestão de tempo são questões que não devem ser esquecidas.

E a presença digital? É praticamente uma somatória das anteriores, considerando o universo virtual. A evolução da tecnologia nos colocou atrás de computadores (ou mais além, de celulares), que podem ser acessados de qualquer local, em qualquer horário, criando uma “barreira” entre as pessoas, eliminando o “cara a cara”. Isso fez com que muitos se sentissem confiantes para expressar, sem filtro, suas opiniões e pontos de vista, independentemente das consequências.

Quem nunca presenciou discussões absurdas, por temas variados, em redes sociais, que ocasionaram brigas reais e fim de relacionamentos entre amigos e parentes? Ou quem não entrou em um perfil profissional de alguém, com fotos e opiniões inadequadas ao ambiente? Praticamente todo mundo está conectado e tem algum tipo de presença on-line. Por isso, temos que pensar qual a nossa imagem pessoal nesses locais, não é mesmo?


Insatisfação com a imagem pessoal


Todo ser humano passa por mudanças na vida. Desde o ato de envelhecer até mesmo mudança no estado civil, um novo emprego, uma nova cidade, novas amizades. Por isso, é quase impossível ser a mesma pessoa do início ao fim da vida. Loucura, não é?

Junto com essas mudanças, a relação com nossas roupas muda completamente. Parece besteira pensar nesse ponto, mas as roupas passam muito tempo com a gente. Salvo os que dormem nus (haha), a gente passa praticamente 24 horas por dia vestido. A roupa toca a pele, passa sensações, mostra um pouco (ou muito!) de quem somos. Inevitavelmente, chega um momento (ou vários momentos) da nossa jornada que parece que mais nada faz sentido ali dentro do guarda-roupa. Você já se sentiu assim?

E aí que chego no início da reflexão deste post. A imagem que eu transmito x a imagem que eu quero transmitir é um questionamento recorrente com meus clientes e prospects. Será que o que os outros veem é, de fato, aquilo que espero? Será que estou conseguindo me colocar da forma que gostaria?


Ninguém nasce sabendo


Gosto de tocar numa questão que pouca gente reflete. Quando nascemos, somos vestidos pelos nossos pais e/ou cuidadores. Chega um determinado momento em que passamos a querer escolher por conta própria os elementos que vão compor nosso visual, que têm a ver com quem somos, aquilo que gostamos. Mas, ninguém nasce pensando: eu vou usar essa peça porque vou parecer mais feminina, determinada e vou passar muita força. Achamos bonito e pronto.

Por isso, muitos começam a perceber o conflito entre imagem transmitida e imagem desejada, quando recebem reações distintas das esperadas pelas outras pessoas. Você pode estar pensando que isso só aparece no quesito profissional, mas vale reforçar que não é exclusivo.

Sempre escuto alguém relatando que tem uma amiga que vive atrás do príncipe encantado e só encontra cafajeste que não está nem aí para um relacionamento sério. Vamos ignorar a questão de “ok, ninguém precisa de um príncipe encantando”, isso é uma discussão à parte haha. O que quero enfatizar é que as mensagens que queremos transmitir podem ser relacionadas a qualquer âmbito de nossas vidas (ou, melhor, a todos!).


Agora, se a gente não nasce sabendo o que uma roupa comunica, como vou saber se estou transmitindo aquilo que preciso?


Por onde começar


Mesmo quem não é profissional da imagem pessoal e não estuda todas as mensagens dos elementos visuais, que não faz ideia se uma linha curva ou inclinada vai ser mais interessante, ou se optar por uma cor clara em vez de uma escura vai ajudar a parecer mais acessível, consegue ter uma noção daquilo que escolhe. Esses conflitos com a imagem pessoal justamente aparecem quando se percebe que algo não bate, que está desconexo.

Nessas situações vale muito parar primeiramente para refletir o que se deseja. Como nossa vida é cada vez mais corrida, praticamente ninguém tira um momento para pensar no que está buscando e naquilo que faz sentido para si. Escolhe sem pensar as peças, age sem considerar o que é importante.

Depois de ter mais claro, a gente consegue definir o que se espera para essa nossa imagem desejada. Reforçando, quando falo imagem, não considero apenas a aparência, mas também o comportamento, a comunicação, a presença digital. Volto a tocar no ponto: será que a minha aparência é a barreira, o ruído, ou será que tenho adotado atitudes que têm me impedido de atingir meus objetivos?

O que faz sentido em termos de elementos visuais para essa minha imagem desejada? E qual a estratégia de comunicação devo optar? E comportamento? Como está minha presença digital? Está alinhada com os demais pilares? Observe essas questões para começar a entender mais claramente onde você tem mais dificuldade, ou o que precisa resolver.

Sendo assim, a pergunta que fiz lá no início depende muito do objetivo que cada um tem. Simplesmente usar o que se deseja e ignorar o que sua imagem pode provocar nos outros pode ter efeito contrário ao que se está buscando. É isso que você quer? Se não for, vale pensar um pouco mais.

Nem sempre a imagem que transmitimos é a imagem que desejamos, de fato, transmitir. Por isso, ter mais consciência é fundamental para alinhar esses dois pontos e ter uma imagem mais consistente.


Você já parou para pensar nisso? 😉

Leia mais sobre esse tema aqui.